É rente ao mar, Rute, que te vejo em mim e eu em ti. Rute é palavra de sempre, não acaba nem começa, palavra telúrica, vem do pangea, significava amor quando foi inventada e hoje também: amor de mar, amor infinito, amor de linha de horizonte, amor de calma e de tempestade, amor de chegar e de partir. Tens os olhos da cor do mar e os cabelos da do Sol, o sorriso da matéria dos dias e o olhar do brilho da noite. Queres melhor prova do que te digo, Rute rente ao mar e rente ao céu, rente ao amor e à alegria, rente ao mundo e à vida?
Em ti me perdi, Rute e sem ti me perco. Como navegar num mar sem ti, sem ti no mar? Como respirar sem o ar que és e me dás a respirar, ver sem os teus olhos, falar sem os teus lábios nos meus? Diz-me como, Rute e eu rente às palavras obedecerei, a elas me dobrarei.
Não digas, Rute. Rente ao silêncio te quero, nos quero.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.