Peço a uma fisga que me atire para os braços acolhedores das noites que passámos juntos. Um dia perceberemos de que foram essas noites feitas. Hoje não: ainda é muito cedo. Ainda o dia está aqui ao lado a olhar-nos e a perguntar-se o que fazer de nós, da noite que aí vem, dessa fisga a que alguns, inevitavelmente, chamarão amor. Não tu nem eu: não gostamos de responder a silêncios com vazios, com imagens de uma crianca na praia a esvaziar o mar para a cova que acabou se cavar, ou a fazer um castelo de areia para impedir a maré de chegar aos pés das famílias nos toldos.
As perguntas que fazemos - ou faremos, quem sabe? - só têm resposta à noite e não será com palavras que lhes encontraremos o sentido.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.