A solução é relativamente simples e fácil de encontrar: erguer diques contra o que vem de fora e impulsionar o que vem de dentro. Os diques devem ser selectivos e separar o bom do mau. Idem para os mecanismos interiores, por difícil que seja encontrar qualquer coisa boa cá dentro. Alguma haverá. «Fugir para dentro», como dizia Nuno Júdice. Diques filtrantes, inexpugáveis mas permeáveis, Filtrar, filtrar, eis a palavra chave. Reduzir a quase zero, mas não a zero. Filtar o que entra, expulsar o que está dentro, miasmas, eflúvios a esgoto, pestilenciais, cheiro a lepra.
Expulsa tudo. Em troca, terás frio, mas antes isso.
II
Que frio? Há uma discrepância entre o frio que vem de fora e o que vem de dentro? Trata primeiro do exterior. Começa pelo mais fácil. Cobre-te dos pés à cabeça, bebe vinho quente, refugia-te numa gruta aquecida, tapa-lhe a entrada com um rochedo. Aquece-te. Só depois estarás em condições de tratar o outro.
Imóvel. Quanto mais quieto estiveres, mais depressa eles sairão. Olha-a nos olhos. Não tenhas medo. Deixa-os partir. Um dia partirás tu também. Sem medo.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.