17.1.21

Coisas que me enternecem

Coisas que me enternecem:

- Um senhor dos seus sessenta e muitos, setenta anos numa bicicleta de montanha eléctrica vestido de lycra. O grupo dos AMIL precisa de uma subdivisão;

- Casalinhos ao ar livre, de mão dada e máscara. É tão bonito, o bom senso...

- A proto-facha que há pouco me gritou "olha a máscara". Dêem-lhes uma causa e não há pide que não emerja de um democrata. Esta era giraça, classe média para cima, trinta e poucos, automóvel bom (tanto quanto me pareceu, percebo pouco disso). Era o homem que ia a guiar. Tinha um banco de criança atrás (pelo menos. Podia haver dois, mas só via um dos lados do veículo). Ia mascarada dentro do carro, não fosse o vírus precisar de boleia. Já devia ter votado, a julgar pela direcção do carro. A gente não os vemos, mas que eles andem aí andem;

- As filas para o voto antecipado na Cidade Universitária. Volto cá mais perto da hora do fecho, isto está impossível. E pensava eu que a abstenção seria enorme. As nossas autoridades têm aqui motivo de reflexão. Querem encorajar as pessoas a votar? Adiantem as eleições. 

- As ruas não estão tão vazias como eu supunha que estivessem. Para isto ficar suportável, só falta abrirem os cafés e eliminaram as máscaras na rua. Ah, e as lojas de roupa, claro. Preciso de um camisola tipo pullover da Burberry;

- Uma senhora "mais Avenidas Novas do que aquilo, morre-se" a tratar o cão (um cão de água português) por você. Estive quase para lhe oferecer (ao cão) uns restos do - magnífico - cozido à portuguesa que vim comer para o jardim do Campo Grande, na espera de que as filas para o voto se esvaziem;

- O dono de um restaurante condenado a vender meias-doses de cozido, enormes e soberbas,  "ao postigo" por 3,95 euros concordar com as "medidas": "Isto descambou, eles tinham de fazer alguma coisa". Quem é que falava em educar as massas? Era o Mao, não era?

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.