20.2.21

Análise quantitativa, vórtice

Analisando cada uma das suas cinquenta e dias vidas, descobriu que em cada uma delas tinha tido três grandes amigos (constantes), uma quantidade limitada de mulheres (das quais duas ou três constantes), uma dezena de amigos "médios" (dos quais metade constantes); teve uma quantidade de empregos a tender para o infinito, visões à potência dez de um número imaginário, azares à raiz quadrada de mais ou menos um milhão. A soma algébrica dos quilómetros e das milhas viajadas com as horas de voo (soma impossível de se fazer, excepto se se introduzir o vector do momento do braço da alavanca interpotente a partir do qual calcula a altura metacêntrica) daria para preencher de grãos de areia um recipiente de cinco metros cúbicos, sendo a aresta desse recipiente o raio de um círculo cujo centro está algures a meia-nau do navio cuja estabilidade dinâmica tenta descobrir fazendo apelo às carenas líquidas do rum ingerido sob a forma de rum punch, planteur ou 'ti punch, o diâmetro dos olhos nos quais se perdeu sendo o triplo dos ventres que o acolheram.

A vida é uma matemática simplicíssima. Basta saber multiplicar qualquer número por trezentos e sessenta e cinco, de quatro em quatro anos adicionar uma unidade, fazer todas as operações acima descritas, perder-se na fórmula da elipse, calcular o co-seno da tangente da derivada de um sorriso, calcular-lhe o logaritmo e decidir que tudo isto tende para ti e que tu és o vórtice dessas vidas todas. Tu és o centro do turbilhão, o seu ponto fixo, em torno do qual tudo gira.

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