1.2.21

Claridade, caos

Buscas a palavra, hesitas entre dédalo e labirinto, bates nas paredes, perdes-te,  voltas atrás. Lembras-te do filho de Dédalo, que fez asas e as perdeu porque voou demasiado alto, perguntas-te de onde é melhor cair: do céu ou do chão?

Que dédalo é esse que te trouxe aqui e te deixou? Que labirinto, que emaranhado de caminhos? Quem te empurrou, puxou, atraiu, expulsou? Vieste sozinho? Como sobreviveste tanto tempo sem ninguém ao teu lado? Porque viraste à esquerda, quando vias que o caminho certo era o da direita? Porque estás tão cansado, tão dolente, gemes como se o mundo te queimasse os pés?

O labirinto não é o bom sítio para morreres. Espera a claridade do caos.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.