O fim arredondado de uma página que acabou de ser lida, o azul de um tecto pintado de branco, a luz pálida do candeeiro apagado, a proa imóvel de um navio que ruma a Nornoroeste quarta a Norte, o som das tuas lágrimas a escorrer pelas faces límpidas com que recebes o futuro, as palavras perdidas no meio de um campo vazio, o ruído do automóvel no qual partiste deixando para trás as migalhas de uma vida, as letras que desajeitadamente vais pintando no horizonte, as nuvens com as quais vais construindo, passo a passo, o teu caminho, as cores - as cores da liberdade com que pintas as celas da prisão.
Não te podes queixar de me fazeres evocar poucas coisas, quando penso em ti.
(Para a T., com um beijo terno e grato.)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.