Uma roda que gira nunca sai do mesmo lugar, se esse lugar for o eixo. Mas se esse eixo pertencer a um automóvel, então a roda desloca-se, quando gira. Chama-se a este paradoxo o paradoxo do eixo: desloca-se imóvel, faz de uma roda que gira a toda a velocidade um hipotético imóvel. Isto é: não é o hipotético que está imóvel, é deste que ignoramos ao certo o que é certo. Os problemas giratórios são conhecidos: andas à volta e não sais do mesmo sítio. Será possível um homem perder-se numa rotunda? Andar à volta sem saber onde está, de onde vem, para onde vai? Que faz uma raiz no meio do turbilhão? Aponta uma direcção? Um sentido? Um sinal? O dedo estendido do tempo aponta para ti. O tempo dos devaneios acabou. Uma raiz acaba sempre por apontar para o céu. E para o inferno também. A roda gira, imóvel. Tu és o eixo. Verdade.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.