A verdade. Que queres, sempre foi assim. O passado não determina o presente. Enforma-o, mas tu podes desenformá-lo. Deves tentar, pelo menos. Não sou de ferro. Ninguém é. A verdade. Verga para não quebrares, quebra mas não vergues. Oscilas entre vergar e quebrar, andas na fina linha que os separa. O vento. Deixa o vento em paz, nada faz aqui. Desde que saibas que estás a vergar-te e que só o podes fazer até um certo ponto. Conheces-te bem. Conheces os sombrios limites que te rodeiam, os muros, as fossas abissais. Sonhas com savanas, com a verdade que um leão e as gazelas percorrem. Sempre foi assim. Gerir o vergar e o quebrar com a minúcia de um mandarim, a força de um samurai, o tacto de um jesuíta. Esse não és tu. Vês-te melhor ao longe, enterrado num pantanal, nas areias movediças do cansaço. Vulnerável. Frágil, frágil, frágil. Como o ferro. Como a verdade, a que sempre foi assim: vulnerável.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.