Genebra recebe-me luminosa e fria, nobre e seca. Fria e nobre sempre foi. A novidade nesta altura do ano é não estar a chover. O dia está lindo, cheio de sol e de vento - está de bise, esse vento gélido que vem do Norte e no Verão faz as delícias de quem navega à vela no lago. Sinto-me a visitar um fantasma - curiosa inversão do habitual, costumam ser eles a visitarem-nos e não nós a eles. Genebra é o fantasma de uma mulher bela quem em tempos amei e me recebeu e no qual agora passeio neste parque cheio de gente mas sem barulho, nestas ruas igualmente silenciosas. Plasma sem pés, desliza a meio metro do solo e atravessa-me sem que o veja, mas sinto-o.
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Quase ninguém de máscara, menos de cinco por cento das pessoas, numa estimativa a olhómetro. Mas a loucura é a mesma - os cafés e restaurantes estavam para abrir por estes dias e vão continuar fechados mais um mês. Muda o grau. mas não a substância. Isto dito, não se cospe na sopa - aqui pelo menos não tenho de andar mascarado na rua e alegro-me com isso. Não tarda tenho uma bicicleta e safo-me dos transportes públicos. Sobrarão as lojas, nada a fazer.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.