Vacinas, testes, restrições, "medidas" têm, cada vez há mais sinais nesse sentido, a mesma capacidade de lutar contra o vírus do que os amuletos. Não se deve reclamar contra eles, contudo: os amuletos têm uma importante função social, ajudam a manter a coesão dos grupos humanos (e provavelmente dos orangotangos e dos macacos de Rhesus também, vá lá saber-se).
Claro que estes que as nossas sociedades escolheram têm efeitos colaterais graves, mas não nos devemos esquecer de que o cimento social das nossas sociedades é feito de cima para baixo: senhores com jornais, televisões, dinheiro e poder (ou com acesso a eles) definem o que é bom para o seu grupo social e impingem-no depois a toda a sociedade, a qual até dispensa, ao contrário dos primatas não sapiens, o uso excessivo da força para ter medo. Um título de jornal bem esgalhado substitui vantajosamente o urro ou um murro de um macho-alfa. A beleza disto é que o povo sofre os efeitos das restrições e ainda agradece a quem lhas impõe.
Como os orangotangos, de resto: estão gratos ao chefe do seu bando pela segurança que ele lhes traz.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.