18.4.21

Diário de Bordos - Palma, Mallorca, Baleares, Espanha, 18-04-2021

Chegada a Palma. Ao fim de menos de cinco minutos: "Caballero, la masquerilla". Digo que sim com a cabeça e deixo-a exactamente na mesma. Chega de discussão com quem é mais forte. Faz como a água, que contorna os obstáculos. E manda-os para a puta que os pariu silenciosamente. Eles não sabem, mas ela sim.

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O quarto a preço acessível é uma espelunca. Um gajo acorda num quarteirão chic de Genebra e vai adormecer numa merda indescritível. Salva-se o terraço, enorme, com vista para o mar, a Catedral e mais seis igrejas (não as contei. Foi o B. (B de bêbedo e de inicial) que me disse. Pelo menos parece que a única pessoa que usa a cozinha é uma alemã chata, garantia de cozinha limpa. (A cozinha é uma merda. S., outro dos inquilinos, diz-me "Se gostas de cozinhar, aqui vais perder o gosto.")

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Saio para ir comprar leite e cereais para amanhã e de caminho passo por uma das minhas tascas favoritas. M., o proprietário colombiano, convida-me a comer a quesadilla no interior.

As quesadillas do homem são sempre uma maravilha, mas esta soube-me melhor do que todas as quesadillas que comi em todas as vidas.

Quesadilla de pertença...

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Há pelo menos uma vantagem: Espanha é o único país do (meu) mundo onde emagreço comendo fora. 

Outra: por muito bêbedo que B. seja, é um gajo porreiro. Prefiro bêbedos a cocainómanos.

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