18.4.21

Diário de Bordos - Genebra, Suiça, 18-04-2021

É um egoísmo monstruoso, eu sei, mas. Há uma coisa boa nesta farsa: os aeroportos estão vazios. Tão vazios que até dói ter de esperar uma hora numa cadeira das de espera, porque como se sabe as dos cafés estão cheias de vírus. Acresce a está vaziez que desta feita o algoritmo das buscas aleatórias se enganou e não percebeu que era eu: a passagem pelo filtro, camisa fora das calças para não ter de tirar o cinto, foi fluida como água da torneira.

Amanhã abrem os cafés - mas só as esplanadas, claro, que aquilo lá dentro são antros de virulentos pecados, as pessoas bebem cervejas - com as mãos, imagine-se - beijam-se e abraçam-se (coisa que não fazem em mais lado nenhum) e por isso é preciso protegê-las.

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Trago comigo alguns traços  do jantar de ontem. Mais especificamente, da enorme quantidade de kirsch que ingeri. Felizmente, são traços ligeiros, apontamentos,  por assim dizer.

Dois jantares de despedida: sexta com o clã, ontem com os P.M e a G.

Tenho raízes andantes, como as daquelas árvores da Amazônia que se deslocam. 

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A despedida de S. foi rápida. Já nos despedimos vezes suficientes para sabermos que as palavras estão a mais, hóspedes não convidados, acrescentos dispensáveis 

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.