4.5.21

Diário de Bordos - Palma, Mallorca, Baleares, Espanha, 04-05-2021

Hoje fui multado. Sessenta euros, trinta se pagar dentro de vinte dias. Aprovo este método marroquino de convencer as pessoas de que no fundo tiveram muita sorte. Infelizmente, o libertário que trago em mim tem uma vontade enorme de os mandar à merda. Já no teso há mais do que vontade, de modo imagino que a mega-operação policial destinada a captar euros de ciclistas e trotinetistas que subiam ou tentavam descer a calle Oms (estavam cá em cima, os aspiradores de euros) vai falhar, no que me diz respeito. Que eles precisem de dinheiro para pagar esta loucura é compreensível; que me peçam para participar no pagamento é inaceitável, tanto mais que sempre fui contra. Nem sequer é de hoje.

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A pessoa que devia estar a trabalhar no P. emprestou-me o carro para fazer uma mudança. Ou seja: não sei quando o verei a bordo, é o que isto quer dizer. Tem outros trabalhos urgentes a terminar, barcos a pôr na água - a urgência das urgências, neste ramo de actividade - e não pode estar em todo o lado ao mesmo tempo. Aprendi muito durante este refit. Porém, muito mais importante é a quantidade de saberes que confirmei. Pensava nisso hoje, enquanto esvaziava sacos e enchia caixas de cartão: ter experiência é muito bom, ser capaz de a aglutinar numa espécie de mega-experiência melhor ainda.

E flexibilidade também: vou mudar o plano de trabalhos. «Tens de ter um plano, se quiseres poder não o respeitar.»

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A máquina fotográfica voltou da reparação. Vou ter de reaprender tudo. Experimento não me recriminar - de a ter deixado cair, de não me lembrar bem dos comandos, de não ter tempo para fazer fotografia, de ter nascido, de respirar - e estranhamente consigo. Ainda há quem não goste da idade.

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