Regresso a Palma vazio de emoções. Ou melhor: vazio de emoções que não tenham a ver com esta fraude que me enche, recheia, hipnotiza, asfixia. Entra-se no aeroporto e ouve-se «A máscara por cima do nariz» e é até ao sacana do táxi, seis horas depois - por inacreditável coincidência o mesmo que me trouxe da última vez, quando tivemos quase a mesma conversa. Quase, porque na altura ainda não me pegava por sistema, como hoje tenho tendência a fazer. É um puto novo, trinta e poucos anos, mas acredita firmemente que quando a pandemia acalma é por causa das medidas e quando desacalma é porque as pessoas se portam mal. Os países protestantes talvez sejam melhor para viver este tipo de crises, não? Não sei.
A verdade é que este «vazio de emoções» não é inteiramente verdade: penso no Harry Belafonte e na «little girl» que ele deixou em Kingston Town.
Penso nas «casas» que vou reencontrar em Palma: a Chinchilla (cf. infra), Lo Divino, que reabriu agora que as regras «aliviaram» (isto de as pessoas ficarem contentes com esse "alívio das regras" é como uma senhora ser violada e ficar agradecida porque o violador lhe oferece um lenço para se limpar), o Antiquari... todas, todas.
(Cena de hoje na Chinchilla: antes de me ir embora deixei vinte euros para pagar uma despesa de quatro, porque o táxi chegara e não podia esperar. Hoje, o A. deu-me o troco, que estava guardado. Foi há quase um mês...)
E assim o dia / noite vai decorrendo. Sublime jantar de boquerones fritos e involtini de pez no Divino, um Dark and Stormy que não é nem dark nem stormy e é carérrimo depois.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.