O P. gosta de dançar o tango. Um passo à frente, dois atrás, três para o lado, levanta a perna, olha-me nos olhos e diz-me que sem ele não saberia viver. Não sei e sei. Uma coisa é certa: ele é daquelas que enquanto não a tivermos na cama não descansamos. Pelo menos para um macho latino como eu: minha querida, enquanto não fores ao sacrifício não descanso; depois, és tu quem não descansa.
Passo os pormenores porque não quero maçar os leitores - e ainda menos maçar-me - mas gostaria de explicar que a luta pelo P. se transformou uma luta contra o P. e que isto agora é pessoal, não é teórico ou existencial. É uma luta corpo-a-corpo, todos os golpes são permitidos, sem limites.
P., meu caro, estás fodido.
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A Órbita refastela-se em Palma. Foram feitas uma para a outra. Isto começa a pôr-me problemas de consciência, porque quero absolutamente levá-la daqui, quando - se - um dia deixar Palma.
Isto não é retórica. Tenho a impressão de que nada nunca me afastará de Palma. Ou que Palma nunca sairá de mim, como algumas mulheres e muitos livros.
Se o amor fosse o único critério, aconselharia toda a gente a chegar depressa aos sessenta e três anos. Infelizmente não é. Mesmo assim, acho que vale a pena experimentar. Amar é um fluido que preenche todas as brechas, uma água que mata a sede a todas as bocas. Aos sessenta temos muitas.
Começo com o P. e acabo com ele: meu caro, não penses que vais levar a melhor. Não vais. Quanto mais me bates mais te amo. Estás fodido: vais sair daqui direitinho, meu velho, com as mamas de uma septuagenária a quem tenham feito um implante.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.