08-07-2021
Dia em Cabrera e agora de regresso a Colonia San Jordi. Continuo com muitas bolas no ar - é daquelas coisas que nunca mudará - mas tenho pelo menos esta sorte: faço o que quero e gosto (é uma sorte só, não são duas).
O pedinte preto do Mercat de l'Olivar não está. Melhor: poupei um euro. É o único mendigo a quem dou dinheiro. Claramente: racismo, passe o jogo de palavras mais do que discutível.
Já foi há muito tempo, há uma vida. Agora, só idealmente bebo os pourboire. O de ontem, por exemplo, foi estreado num táxi: tinha peso a mais para andar os dez minutos que me separavam de casa. (Para além da massa recebi um montão de garrafas e alguma da comida que sobrou.)
Reencontro a minha herança paisana: escrevo no Fidel, ontem fui jantar à Núria e ao Roberto, em Cascais comi magnificamente no Fernando, passe a redundância. Isto é atavismo próprio de homem do campo, daquele que anda de botas enlameadas e mãos pretas de terra. (As minhas estavam pretas quando escrevi isto, mas era de óleo da corrente da bicicleta Órbita, essa poltrona de rodas, que estava sempre a sair. Felizmente o Ivo já tomou conta do assunto e as mãos voltaram à cor inicial). No passado, em muitos países, agricultores e marinheiros eram os mesmos: na Bretanha, num passado recente; na Escandinávia, noutro mais antigo. Creio que são poucas as comunidades que vivam ou tenham vivido exclusivamente do mar. Tema a explorar.
Ontem ocorreu-me que no fundo António Costa e Pedro Sánchez são piores do que Trump e Bolsonaro. Estes, pelo menos, não enganam ninguém que não queira ser enganado. Aqueles, debaixo do manto diáfano da democracia, enganam muito mais gente e são muito mais perniciosos (do que Trump. Bolsonaro é outro campeonato).
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.