Hoje, pela primeira vez, dei gorjeta a um taxista que me impôs a máscara «e tapar o nariz». Estava demasiado cansado para discutir (e farto, também) e em vez de descer do táxi resolvi perguntar-lhe se me impunha a máscara por medo da multa se por medo do bicho. Deste último, claro. Daqui iniciou-se uma conversa amena, cordial, pacata. O senhor tem um irmão que esteve nos cuidados intensivos e tem medo, ponto. Perguntei-lhe se o irmão usava máscara, disse-me que sim, mas visivelmente o tom era de quem nunca tinha pensado nisso. Sim, o irmão usava máscara, mesmo assim apanhou o vírus e foi parar a uma UCI. Expliquei-lhe que o vírus é demasiado contagioso para ser parado por uma máscara, etc. mas o homem não se demovia. Já quase no fim da corrida disse-me «Sabe? Se o governo amanhã me disser para eu andar a pé-coxinho na rua, eu ando. E V. vai dizer "Olha aquele tonto na rua a pé-coxinho" e eu vou continuar a andar assim, porque tenho medo.»
Se isto não vale uma gorja não sei o que a vale.
Pois é...
ResponderEliminarO pior é quando as políticas governamentais, por mero facilitismo e alegada vontade em explicar um critério fundamental, levam ao confinamento completamente injustificado de populações no seio das quais o problema dos contágios está, manifestamente, resolvido.
Se o tema lhe interessar, poderá ler o desenvolvimento que dele faço em https://mosaicosemportugues.blogspot.com/2021/07/castigos-inuteis-da-covid.html
Bom Domingo!