Das coisas da luz, do calor, de Lisboa, da sorte e do amor que as une todas, as rodeia como se fosse fita em torno de um ramo de flores. De todas essas coisas, que de tantas são palavras não encontro, fogem-me a cavalo na luz, esse cavalo chamado amor?, sorte?, não sei?
Não sei. Meia dúzia de telefonemas e as peças encaixam, engrenagens ovais, elípticas, em forma de sinusoidal, com altos e baixos, montanhas russas, nuvens (ausentes, não se vê uma única neste bocadinho de céu que agora me sai na rifa, luz não-filtrada, amor puro, calor simples).
Mulheres bonitas. O calor faz mais pela beleza feminina do que mil Coco Chanel com milhões de cremes nos bolsos.
O vinho branco ajuda, claro. Reflexos, palavras fugidias, escorregadias, passeio de mármore rosa - também. Tudo ajuda. Tudo se conjuga. Tudo colabora neste mecanismo tectónico, telúrico, vulcânico, excessivo, explosivo, obturador da máquina fotográfica das minhas sinapses hiper-sensíveis.
Calor. Há muito tempo que não via tanto. Sem calor nada feito. Como sem amor, sem luz ou - novidade - sem vento.
Sem nada disto nada feito.
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De passagem. Ando de passagem em todo o lado, mesmo na cidade que se diz minha (e é).
Sou um passageiro, mas não sei de quê.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.