Compro duas brevas no mercado. Dois euros e noventa e cinco cêntimos. Um e meio cada. As pessoas que não distinguem uma breva de um figo não sabem a sorte que têm. Provavelmente passa-se o mesmo com o salmorejo e o gaspacho andaluz. Provavelmente passa-se o mesmo com tudo. Até com as pessoas se passa: há brevas e há figos. Prefiro as brevas, nada a fazer.
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Encontro com J. W., surveyor emeritus do meu P. Comecei por não o reconhecer: teve Covid e perdeu "dez por cento do [s]eu corpo". Não precisavas de perder tanto, J. A minha memória nunca foi boa e o tempo não a afinou. Estamos ambos doidos por navegar no P. e ambos felizes por nos reencontrarmos. É como se dois homens amassem a mesma mulher e em vez de terem ciúmes se sentissem irmanados nesse amor.
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X. vai mandar um dos seus funcionários ao P. para ver o que se passa com a bomba da retrete. A vida é feita destas vitórias. Bem sei que parecem minúsculas - são, de certeza - mas quando se sobe uma montanha cada passo conta, por pequeno que seja.
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"Problemas de dinheiro resolvem-se com dinheiro, não com palavras", dizem os argentinos. Estou a tentar resolver aqueles com estas. Não muda a altura da montanha, mas modifica a inclinação das encostas. Oh se modifica.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.