"Não avançamos para a verdade. Mudamos de dogma, é tudo" é uma das grandes verdades sobre as quais alicerço a minha mundividência.
É o dogma que une as sociedades, não é a verdade. A verdade é disruptiva, baseia-se na dúvida. O poder unificador e mobilizador da dúvida é nulo. O dogma tem uma função social importante. Não participar nele leva inevitavelmente à exclusão, mais ou menos violenta, mais ou menos intensa consoante por quem ou por quê se foi excluído. Não é por ser verdade que um lugar-comum é comum. É porque ele tece ligações que a verdade - sempre baseada no cepticismo - não conseguiria tecer.
Uma verdade começa sempre com uma pergunta. "A Terra é plana? Não será redonda? Como vou provar que a Terra é redonda?" Num diálogo, essas perguntas transformam-se em afirmações, tanto por «culpa» do receptor como do receptor da mensagem. «Culpa» vai entre aspas: não há culpa, aqui. Quando muito, responsabilidade. Ninguém segue um chefe que se pergunta.
(Cont.)
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