A esta melancolia dei um nome, já há muito tempo. Chamei-lhe «Melancolia da maré baixa», esta de agora ligeiramente exacerbada por tudo o que a antecedeu. Para a combater venho ao Juanita, um lugar daqueles que conjugam ser esplêndidos e eu não os frequentar suficientemente. É um restaurante como eu gosto: dono caracterial, empregada ainda pior, dois ou três pratos que mudam todos os dias, em função do que ele encontra no mercado e do que lhe apetece fazer. Fica numa rua estreita ao lado da plaça Raimundo Clar. A esplanada deve ser uma das menos atraentes de Palma, mas a verdade é que é um sítio especial e agora decidi renovar a minha carta de Palma. A última vez que estive aqui quase fui corrido, porque havia uma discussão entre o dono (ainda não sei o nome dele) e a empregada (ditto). Hoje a atmosfera está consideravelmente mais leve e fui recebido com profissionalismo e competência. A mulher deu-me um vinho que me fez dar um salto na cadeira, não por ser excepcionalmente bom mas porque ando há anos à procura de um vinho assim, aqui em Palma, e só agora o encontrei. O salto é simultaneamente de alegria e de exasperação. Porquê só agora, meu Deus?
(Chama-se L'Abrunet, a cave Frisach, vem de Terra Alta, na Catalunha, nas margens do Ebro. Um sítio que, aqui fica a promessa solene, visitarei um dia, em turista endinheirado e curioso, sedento de vinho, de vistas e de visitas a caves.)
Hoje avancei bastante na selecção de fotografias. Percorri quase um por cento do caminho. Por este andar, no dia de S. Nunca terei as fotografias prontas e imprimidas, o que já representa um avanço em relação à situação anterior. Não sabia de todo quando começaria a seleccioná-las. Penso no digitalizador Epson que tenho em casa, nunca utilizado e bebo mais um copo de vinho. Se a memória pensa que me passa rasteiras está muito enganada. O L'Abrunet trata bem de mim, atenciosa e delicadamente.
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