17.9.22

Fragmento

Gosto mais de ti do que de tudo o que agora de repente me ocorre e é muito. Quase tudo, diria, se me restassem palavras depois de pensar em ti. Restam poucas. Memória, por exemplo. És a parte mais forte dela, sabias? Uma das. A memória é uma fortaleza e tu ocupaste-a, tornaste-a mais doce e mais robusta. Não me perguntes como. São coisas que penso à noite quando penso na noite. Tu és parte dessa noite, dessas noites, dessa ideia que se constrói à noite. Parte não é a palavra certa. Modelo. Pilar. Fundação. 

Há memórias que transbordam das margens do passado, não há? Há, como um rio numa cheia. Vêm para o presente, com "graça e majestade". Vêm para o presente e nele ficam. Habitam-no para sempre. Fazes para sempre parte desse presente. Não te falo do futuro, repara. Falo-te do presente, só do presente: estás para sempre nele e nunca serás futuro pela iniludível razão de que o presente é mais importante do que o futuro.

Lembra-te: "Graça e majestade". Porta-te mal, fica-te bem. Transformas o tempo em graça e esta em majestade? Sim. Fá-lo.  Elas não te deixarão nunca.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.