Flutuas num espaço que te é estranho. Um espaço que é o teu, mas no qual não te reconheces. Não te conheces, sequer. É noite e está frio, estás sozinho - como sempre estiveste. Não sabes porque não te reconheces nesse espaço, porque não te conheces. Nada mudou excepto o teu corpo, mais velho, mais dorido, mais rígido, mais... menos. Mais menos em tudo o que lhe pedes. O que lhe pedes é impossível: que se esqueça do tempo. Que o tempo passe por ele como a água do mar sobre a pele de uma foca, como o frio sobre um esquimó. Falas com o teu corpo uma língua que ele não entende, não reconhece sequer.
É provavelmente essa a língua que falas com o amor, já pensaste nisso?
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.