Nós marinheiros não somos muito dados a ser fãs deste ou daquele. Sabemos que alguns de nós são melhores do que outros - seja porque ganham mais regatas ou fazem qualquer coisa de especial - mas sabemos também que ser melhor é sinónimo de ser humilde. O mar é um grande nivelador de egos e quando alguém se põe em pontas dos pés para fazer sobressair a cabeça não tarda muito a cortar-lhe os pés. Ou pior ainda, a cabeça. Tenho uma admiração enorme por Loïc Peyron, Eric Tabarly, Joshua Slocum - mas não sou fã. Nada sei deles, ou muito pouco, fora das suas vidas de mar e mesmo essa não a conheço em todos os pormenores.
Hoje fui ao lançamento de um livro de Henrique Pereira dos Santos e confirmei muitas coisas que já sabia. Uma, a de que ele é bom, é provavelmente um dos melhores na sua área - só alguém extremamente bom consegue ser tão humilde. "Eu não sou original. Vou buscar aquilo que sei a quem sabe mais do que eu", diz (a citação não é verbatim). Outra: Henrique Pereira dos Santos é tão bom de ouvir como de ler.
O livro chama-se Das pedras, pão e não sei como sugerir que acorram a comprá-lo se não dizendo Acorram a comprá-lo. Além do mais tem fotografias de Duarte Belo, outra pessoa que é um prazer ouvir e - sobretudo - extremamente boa na sua área.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.