Por muito que vocifere contra os funcionários públicos - em especial os de uns determinados organismos ali de meados da linha de Cascais - por muita vontade que tenha de lhes pôr bombas debaixo da cadeira, de lhes dar cicuta de manhã ao pequeno-almoço e se for necessário completar a dose ao almoço; por muito que gostasse de os ver comidos pela lepra, roídos por térmitas, mordidos por serpentes venenosas (aqui há que ter cuidado. Não seria impossível que fossem as coitadas das cobras a morrer), por muito que deseje vê-los esquartejados debaixo do comboio, por muito que deseje estas coisas todas e outras que tenho vergonha de aqui confessar, a verdade é que tudo isto são desejos teóricos, desejos in vitro, por assim dizer. Na vida real tento não julgar ninguém, pelo menos antes de ter uma noção mais ou menos completa do que levou as pessoas a fazer qualquer coisa que a priori me pareça errada. Os supra-mencionados funcionários públicos - que morram queimados no fogo do inferno - não são excepção. Desejo-lhes todo o mal do mundo até ao momento em que for falar com eles e lhes perguntar porque agiram como estão a agir.
Só depois disso os julgarei «a sério». Julgamento esse, claro, que lhes será totalmente inofensivo. Não tenho - infelizmente - poderes para lhes impor todos os castigos que agora acho que merecem.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.