Fiquei ateu muito cedo, aos onze ou doze anos. Era ajudante de missa e tudo, mas o vírus da vela - e mais tarde o do mar - substituíram o da fé. Porém, esse ateísmo tem vindo a evoluir. Antigamente não acreditava na existência do Diabo - sem Deus não há diabo e sem este não há aquele.
Uma pessoa vai crescendo e apercebe-se de que se o diabo não existe, existe alguém que se parece diabolicamente com ele. Já a ausência de Deus permanece. Nem Deus nem alguém divinamente parecido com Ele.
Aqui chegado, é forçoso reconhecer que não há nem um Diabo nem um Deus. Há muitos, tão entranhados um no outro que é impossível distingui-los. Entre Deus e o Diabo venha o homem e escolha.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.