21.3.23

Pagar para sonhar

Há uns meses dei por mim a sonhar com o que faria se ganhasse uma avalanche de massa e gostei do que vi: uma bicicleta (igual à Coluer mas em carbono), um barco (pedir propostas a VPLP, Hugh Welbourn e Ed Dubois para qualquer coisa monocasco entre setenta e oitenta pés, rápida, confortável e simples). Até pensei, imagine-se em casas e carros - prova provada, como se necessário fosse, de que por muito que se corra a idade corre mais depressa. Consequentemente, segunda-feira comprei um bilhete para o totómilhões, coisa que não fazia há mais de uma dúzia de anos.

Ganhei três euros e noventa e quatro cêntimos, o que representa um prejuízo liquido de um euro e seis cêntimos. Não acredito nas lotarias como método para enriquecer mas pagar cinco euros para ter um sonho bonito parece-me aceitável. 

Enfim, para dizer a verdade uma espécie de Coluer em carbono já me encheria de felicidade e para isso não preciso de um totómilhões. Também não preciso do resto: nem de um setenta pés, nem de um automóvel luxuoso, nem de uma casa minha (posso muito bem arrendar uma).

Cheguei de novo a esta conclusão depois de comprar outro bilhete e os meus prejuízos passarem a seis euros e quatro cêntimos. Agora só volto a tentar daqui a uma dúzia de anos. Na verdade, não gosto de pagar para sonhar: posso fazê-lo de borla. Há menos milhões - e menos totós.

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