12.3.23

No man's land

Aninho-me em mim. Esta carcaça martirizada (isto é um exagero) acolhe esta mente martirizada (isto é um understatement). Enrolo-me, abraço-me, envelopo-me, aconchego-me. Deixo os lençóis, edredões, cobertores e a noite fazerem o seu trabalho de apaziguamento. O dia apaga-se mais devagar do que o candeeiro. Não há um só interruptor: são muitos e vêm de direcções diferentes. O corpo e a mente aceitam todos os carinhos e lutam denodadamente para afastar dúvidas e angústias. Não buscam certezas. Sentem-se bem naquele no man's land no qual se esbatem os medos e as certezas ainda não apareceram. É por aí que o sono se esgueira. Aí mora a paz. E eu, às vezes.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.