Tenho com as palavras uma relação difícil, dilemática, antagónica: definem-me mas não definem o mundo. (As palavras e o coito têm em comum o facto de se lhes atribuir mais poder do que o que de facto têm, pensava há dias, muito provavelmente citando alguém sem o saber.)
Contudo, todos os dilemas e todas as complicações desaparecem quando leio pessoas que navegam dizer ancorar em vez de fundear, quarto em vez de camarote, janela em vez de vigia e por aí fora. Com toda a simplicidade: essas pessoas deviam ser proibidas de pôr um pé num portaló (ou num convés, se não houver portaló).
ADENDA: O mesmo se aplica a quem vai para bordo de uma embarcação de mala rígida atrás (e com rodinhas! E enorme!)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.