O dia foi grande e não cabe nesta noite, na qual me aninho dobrado como um feto num ventre. Consegui finalmente pôr o comboio em movimento e neste momento tenho a retranca à espera do orçamento, tenho um para o lazy bag, o Ricardo a bordo a tratar dos paneiros e, cereja, vou a Port Saint Louis-du-Rhône ver o ANDANTE. Se isto não é um dia não sei o que é um dia.
Outra cereja: a Rosa C. trabalha agora na Rigging Point, com o Dimitri. Rosa é o melhor shipchandler com quem me foi dado trabalhar desde que pela primeira vez entrei numa loja de aprestos marítimos (chandler, para os amigos). Reencontrá-la no activo foi um prazer sem fim - e a certeza de que tudo o que no "meu" P. depende de um rigger vai avançar.
Não sei o que é um dia as sei o que é uma noite: a manobra que fiz na adriça para a afastar do mastro só resultou parcialmente e ainda tenho esse odioso barulho a chatear-me a entrada no sono. Com menor frequência, é certo: um falhanço não precisa de ser total para ser falhanço. Enquanto não vir os panos envergados e o bote pronto a andar não acredito em vitórias.
De maneira no sábado em vez de regressar a Palma voo para Marselha e, com um bocadinho de sorte, de lá para a Sardenha. Talvez. A ver vamos, como dizia o ceguinho.
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Contra o que é o meu hábito comprei um bilhete de ida e volta para Lisboa. Tenho de deitar o regresso fora porque, como é meu hábito, não comprei seguro de anulação. Das poucas vezes que o fiz e precisei deles não serviram de nada. Hábitos contraditórios... Mesmo asssim, penso que no fim mais barato do que comprar os seguros, que isso sim, é deitar dinheiro ao ar.
O que eu lamento o desaparecimento dos bilhetes open date.
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Jantar no Bastian Contrari: preço normal para uma qualidade muito acima da norma, como sempre (sempre sendo as três ou quatro vezes que lá fui. Prefiro preços abaixo da norma a qualidade acima dela. Ou então conciliar os dois.
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A minha luta contra o uso de anglicismos pára quando chega à minha profissão. Loja de aprestos marítimos em vez de shipchandler, actividades marítimo-turisticas em vez de charter, (?) em vez de fittings (para os brandais)? Por amor de Deus! Não é só uma questão estética. É como dizer H2O em vez de água ou chamar transformador foto-clorofílico a uma folha de árvore.
Não é, M. M.? (A pergunta não é retórica. Gostaria mesmo de ter a tua opinião.)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.