O avião estava sobreaquecido, a cerveja e a lasanha (que a hospedeira se esqueceu de me trazer) mornas, a cadeira tinha a almofada estragada, chegámos com uma hora de atraso e desta vez não acho muita piada a estar na parte alfandegada do aeroporto porque estou exausto. Mas nada disto é o pior. Nunca, nem no tempo dos emigrantes portugueses e respectivas "máquinas de filmar" vi uma mistura tão grande de mau-gosto, pimbalhada, tatuagens grotescas, mulheres obesas (mais elas do que eles) e foleirice nas mais variadas formas. Isto não é uma empresa, é um dispositivo de espoliação das classes indigentes.
À minha frente na fila para a imigração está um senhor bem vestido, de blazer beige claro, panamá elegante, ar distinto, tanto ele como a mulher. Fico contente por não estar assim (mesmo assumindo que poderia ter um ar distinto, o que é tão provável como uma pedra de gelo sobreviver no Sol): tem o aspecto de quem se enganou no autocarro e foi parar ao bairro errado.
Uma das razões que me fez aceitar esta combinação de voos foi a possibilidade de ter o dia todo em Dublin... Verdade seja dita que disto não me posso queixar muito. O dia só ficou chato a seguir ao almoço no Celt. Até lá foi instrutivo.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.