Caras: o I. não veio trabalhar e não atende o telefone; o D. diz que está «agoniado de trabalho» e não pode vir a bordo (para fazer um orçamento, note-se, uma coisa que ele faria em quinze minutos mais, admitidamente, as deslocações); a gestoria de Blanes não responde ao telefone; tentei outras, mas tão pouco respondem; ando às voltas com a minha folha de Excel. Grosso modo, é como dar passos de um milímetro numa viagem de quilómetros; o B. arranjou um embarque e não deve estar disponível nem amanhã nem depois, que é exactamente quando eu preciso dele. O X. não tem tempo nem para me dizer que está agoniado de trabalho. Fui à loja deixar um recado ao irmão - que estava ao telefone e não pode atender-me. Deixei-o ao empregado; o correio ainda não deixou o papel no Registo Civil de Loures. Talvez amanhã, diz a boa metade de mim. Talvez na sexta, diz a outra, sabendo que na segunda vou lá chegar e com sorte o maldito papel acabou de chegar também, no mesmo correio do que eu.
Moeda ao ar. Coroa: acabei finalmente de digitalizar a massa informe de papéis que tinha amontoados do P.; amanhã tenho finalmente a reunião com o D. para falarmos do boomvang (não vou comprar um rígido e quero saber o que é que ele sugere para uma retranca e um mastro destes); o Th. enviou-me uma mensagem a dizer que me vai dar as datas dos charters (metade vai para o V., espero, mas pelo menos assim sei com que linhas me coserei - além de que é um prazer fazer um charter em barcos novos, bem equipados e em alguns casos com stew - se for bonita, disse ao Th., que me respondeu que sim, é). Fui jantar ao 7 Machos, aonde já não ia há séculos. Recebido como sempre. Melhores tacos a leste do Pecos (não sei onde fica o Pecos, mas isso é irrelevante). Margaritas al dente e mezcal oferecido; gelado de caramelo salgado no Claudio. Encharcado em rum das Maurícias até às bordas; enviei a carta ao R. M. da Roses Nautica. Não serve de nada senão para descarregar, mas pelo menos descarreguei; a inspecção ao gás está feita. Não tarda chega-me o certificado. Em prémio «ganhei» uma garrafa de gás (aspas porque é a pagantes, claro); o portaló mais barato do chandler dá para o P.
A esta moeda chama-se «uma vida». Cada um dos meus dias é assim: uma vida.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.