12.6.23

Excesso de soberania, falta de educação

Não sou mais patriota do que me parece aconselhável e não lamento a falta de soberania que pertencer à União Europeia implica. Antes pelo contrário: lamento bastante o excesso de soberania que temos. Permitir Galambas et al. no governo é coisa talvez defensável nas tribos San do centro de África (para quem não sabe, San são as etnias normalmente designadas por pigmeus). Num país que se pretende europeu não é. 

Isto dito, há alguns hábitos estrangeiros que gostaria muito de ver implantados em Portugal:

1 - O hábito de, numa listagem de nomes, pôr o narrador em último lugar. O António,  o João e eu em vez de eu, o António e o João, como é habitual no nosso país. É feio e soa mal.

2 - A prática francesa de, numa relação, ser o mais velho a decidir (ou pelo menos a propor) o tratamento por tu. É ao mais velho que incumbe propor o tuteamento (que o mais novo pode recusar). Que idade teriam Mitterrand e o seu interlocutor  quando este lhe disse "Já nos podemos tutear, não achas?" Ao que o filho da puta-mor (o filho, não a mãe) respondeu: "Se você quiser".

3 - A pontualidade. (Não sei como é no resto de Espanha, mas aqui nas Baleares ela é tão escassa como em Portugal. Há excepções, claro: basta escolher fornecedores ingleses ou alemães - antes de se aculturarem).

Até esses três hábitos deixarem de ser correntes não nos poderemos queixar de falta de soberania. (Se nos queixássemos de falta de educação ninguém nos ouviria, de qualquer forma.)

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.