28.6.23

"Oiça um bom conselho / eu lhe dou de graça"

Há umas dúzias de anos deu-me na vontade operar o nariz. Não por razões estéticas, note-se. Desse ponto de vista nada a fazer. Por razões operacionais. Pedi sugestões (o que era fácil, nessa altura vivia com uma senhora que trabalhava num meio medicalizado, também conhecido por Hospital Universitário) mas todos os nomes que me foram sugeridos tinham listas de espera de três ou quatro meses. Não queria esperar tanto tempo. Na minha vida três meses é uma vida, de maneira tive uma ideia faiscante. Cintilante. Deslumbrante: fui à lista telefónica e comecei a telefonar a todos os cirurgiões otorrino que lá constavam, por ordem alfabética (claro. É assim que as listas telefónicas funcionavam). As esperas andavam todas pelo mesmo: três, quatro meses. Até que na letra H (ou I) cheguei a uma senhora que me podia operar "para a semana". Claro que a escolhi.
 
A mulher ia-me matando. Pouco tempo depois foi expulsa da ordem dos médicos (não há relação entre as duas coisas). 

O critério que segui para encontrar o oftalmologista que me operou às cataratas no Porto foi completamente diferente e bastante semelhante. Hoje fui - finalmente - pedir uma segunda opinião a um oftalmologista de Lisboa. 

Pré-diagnóstico (tenho de lá voltar): " Isto não está fácil." Se precisarem de conselhos para a escolha de um médico digam-me.

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