Pouco a pouco a tensão transmuta-se em cansaço. Os próximos dias começam a tomar forma e já não são aquela espécie de plasticina mole, disforme, nevoeirenta, assombrante, fantasmagórica. Claro que nada é ainda seguro a cem por cento - convém nunca perder de vista aquela tão velha quanto elegante máxima «só conta quando está lá dentro» (futebolística, se por acaso) - mas já é pelo menos possível começar a prever os próximos passos.
Hold fast! Do not yeld! Não cedas! O marinheiro é sempre o elo mais fraco da corrente, sabes e estás habituado a isso. Riza pano e põe-te à capa. Em breve o vento mudará e largarás rizos, capa e roupa de mar. Um dia terás a força quatro pela alheta com que há tantos anos sonhas. A prancha ainda não está pronta para ti.
(Da série Monólogos insuportáveis.)
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Encontrei alguns catalães simpáticos. O que me saiu na rifa deve ser a ovelha negra da tribo. Negra carbono, negra buraco negro, negra filho-de-uma-puta-e-de-um-comboio-de-putas. Pela primeira vez na vida considero seriamente a hipótese de levar alguém a tribunal. Não é uma questão de vingança, mas sim porque tudo tem um preço. Até a maldade, a estupidez ou a mistura das duas. Há que partilhar esse preço. Não posso ser só eu a arcar com ele.
(Da série Dream on.)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.