Um gajo passa cinquenta anos da sua vida a cortar-se aos bocadinhos e a tentar reconstituir-se. Ora falta uma peça, ora sobram duas, ora a forma não corresponde ao conteúdoou vice-versa.
Subitamente, aos sessenta e tantos parece-lhe que o puzzle está completo, harmonioso, não faltam nem sobram peças. Espanta-se, claro e especa-se no meio do caminho. Ainda procura uma bifurcação, um atalho, um beco sem saída, uma cancela que é preciso saltar mas não há nada disso. À frente dele o caminho é uma linha recta, sem obstáculos nem desvios.
Coitado do homem. Ele sabe bem aonde leva aquela estrada e que é inútil procurar outra. Só lhe resta dar corda aos sapatos e pôr-se a caminho.
E aproveitar bem a paisagem, claro.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.