30.10.23

Luz, paisagem, dia

Nessa paisagem iluminada pela luz terna e hesitante do dia que começa, nessa paisagem na qual não te passeias porque a trazes contigo, às costas - não a vês - nessa paisagem, enfim.

A luz - hesitante e terna - vai desenhando o dia,  pincelada a pincelada. Mas és tu - as tuas ternas mãos* - quem lhe dará forma.

E quando, ao fim do dia, a luz se for embora - decidida, quase rude - que olhes para trás e possas dizer: "tu pintaste-o mas eu esculpi-o."

* - Rilke, de novo.

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