15.10.23

O que me tocou

Ainda esta velha questão do labirinto. Eu fechado do lado de fora e as palavras errando por dentro. Perco-me nestes canais estreitos de que só vejo o topo, os movimentos desordenados - como não o seriam, quando não se lhes percebe as razões? - a busca desesperada por uma saída, um reencontro. Falo da assimetria, do desencontro, de electrões livres que de repente se vêem prisioneiros de palavras, muros, labirintos, amontoados de sílabas. Falo daquilo que num olhar fala e nunca entenderei porque fala tão forte um olhar. Falo do que sei, do que toquei. Falo do que me toca. 

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