Mais um destes dias frustrantes, exasperantes, desesperantes e tudo o que acabe em antes. Hoje nem perguntas houve. Continuo confiante de que vou conseguir clientes mas não sei se confiante se integra bem naquele grupo de "antes". Amanhã faço mais um assalto às malditas plataformas.
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Ainda amanhã (isto parece um diário do que vai acontecer, não do que já aconteceu...) a Alice - a cozinheira do restaurante brasileiro de que já aqui falei, que viveu muito tempo em Portugal - diz que vai fazer bacalhau para o almoço. Tenho lá ido, porque têm uma fórmula de almoço que é a mais barata que conheço e porque a cozinha é soberba. Ou seja, amanhã... O pequeno-almoço de bacon com ovos estrelados fica para sábado.
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A biblioteca Schoelcher é linda, tanto por fora como por dentro. Vou começar a frequentar aquilo, parece-me.
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O próximo Inverno será passado em St. Martin e o resto da minha vida na Europa, muito provavelmente em Portugal, diga o que disser. A única coisa que me aborrece é ser um país tão tropical, tão africano (sem desprimor para África, claro). O espectáculo político dos últimos meses só confirma a certeza que há vinte anos me caiu em cima: isto não muda. Eça nunca deixará de ser um autor actual. E o que mudar será apenas o estritamente necessário para que tudo fique na mesma.
Digo "isto", como se estivesse em Portugal. Cioran, sempre ele, dizia "não se habita um país, habita-se uma língua. Um país não passa disso mesmo" (citação de memória).
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Fevereiro ainda agora começou e não tarda está a acabar. É o mês que antecede Março, mês do equinócio e tem a elegância de ser o mais curto do calendário. Daqui a uma semana tenho a consulta pós-operatória. Tudo indica que será uma formalidade simples (e uma excelente oportunidade de ver a jovem médica que me operou).
Só nesse dia tirarei este episódio da lista de bolas no ar, na qual de resto já está na última posição.
E só nesse dia saberei se ganho ou perco a aposta: até lá não receberei nenhuma informação do melhor SNS do mundo sobre a intervenção cirúrgica solicitada pelo médico do centro de saúde a 14 de Setembro.
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Lista essa que se reduz como a esperança de vida de um louva-a-deus que acabou de fazer amor: os dois botes, a exposição, a tradução para francês do Avenida, o olho direito (este muito lá no fim). Quando comparo isto com o que tinha há seis meses penso que devo ter reencarnado e não me apercebi.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.