A rota directa seria de vinte e quatro milhas mas desde que saímos da baía de Fort-de-France viemos numa bolina cerrada até ao fim. Tivemos direito a um squall, o T. passou um dia horroroso, enjoado de não poder falar. Ou seja, fiz tudo sozinho até quase à chegada e estou morto. Qualquer ideia de navegação longa em solitário teria morrido agora, se não estivesse já morta e enterrada há muito tempo.
Restam-me, contudo, várias satisfações. Primo, claro, estar no mar. Foi um gozo do princípio ao fim. Secundo, ter encontrado rapidamente os gestos. Ao fim de três viragens de bordo saíam-me perfeitas. Tertio, ter conseguido fazer mais de metade do Cul-de-sac du Marin à bolina (e só não o fiz todo porque queria fazer batota com a marina (consegui). Quarto, ter ficado a conhecer o S. D. na sua função primeira, que é navegar (isto discute-se, mas isso é outra história. Ou então fica para depois).
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Martinique: um país em que as pessoas ou são de uma gentileza e simpatia extremas ou são agressivas, mal-educadas e desagradáveis. Os funcionários da marina que me foram buscar para me rebocar fazem parte deste segundo grupo. A senhora que me atende no restaurante Sous les manguiers também, em menor escala. Estou demasiado cansado - e feliz - para me chatear. Aproveito o Viognier a quinze euros a botelha (espero que não seja como no Zanzibar) e antecipo com prazer a proximidade do bote. Em menos de dez minutos estarei a bordo. E isto porque ando à velocidade de uma pata com dez crias atrás.
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Apanhei um escaldão. Estava tão precisado!
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.