Posso estar enganado, claro. Estou muitas vezes. Mas o homem tem todo o aspecto de ser «artista» e está acompanhado por duas senhoras que têm todo o aspecto de ser «senhoras que acompanham artistas». Tudo isto entre aspas porque posso estar enganado.
O restaurante é caro. É o tipo de lugar de que os artistas gostam, sobretudo quando são de esquerda, passe o pleonasmo e aonde nós, mortais meros, vamos quando precisamos de alguém que nos acarinhe e só nos temos a nós próprios para isso.
O que é a qualidade? Ainda não sei. Em contrapartida, sei que preciso dela como um peixe de água e aqui estou, finalmente em França. Hallelujah! Finalement, la vraie France!
O problema sendo: aonde arrumam eles o passado?
Se este restaurante escrevesse à mão como seria a sua escrita?
Não sei. Sei que estava a precisar de um havre de qualité. Um abrigo de qualidade. Um porto de abrigo. Saio daqui com a camisa cheia de nódoas - culpa de um bocado de pão que me caiu na sopa - a cabeça cheia de bem-estar e a carteira bastante mais vazia, o que só prova que os contrários se equilibram.
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Num país em que até à mediocridade é cara, como poderia a excelência não o ser?
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.