29.3.24

Amar, amar-te e outras confusões

De qualquer forma, mais vale amar alguém e não ser correspondido do que não amar ninguém. Amar pode ser um verbo intransitivo. "Eu amo" não precisa de um hífen e de um pronome, por muito que estes o melhorem. Amo-te - dito ou ouvido - é provavelmente o verbo mais bonito de todas as línguas do planeta. Logo a seguir vem "eu amo". Poder-se-ia talvez dizer que é egoísmo. Ou cegueira. Ou ingenuidade. Nada disso.

Eu amo é a essência do amor. Amo-te é a sua concretização e para pessoas primárias e básicas como eu, preferível. Prefiro ouvir ou dizer amo-te a dizer amo, só. Ainda há a possibilidade, naturalmente, de ouvir amo-o, mas essa não é para aqui agora chamada.

Ou seja, voltando ao princípio: amo-te, amo, não amo e não te amo, por ordem decrescente. Ou descrente, se preferirem. Amar é acreditar. Talvez seja esse o fundamento do amor: acreditar. Amar-te é acreditar en mim, na minha capacidade de te fazer feliz. Quero o teu bem, seja comigo seja sem mim. É aqui que amo-te e amo se sobrepõem, como o céu e o mar. 

Está confuso, eu sei.

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