Acordo de manhã com o cheiro do café e do bacon misturados ao teu. Penso na sorte que tenho: bacon muito frito, café forte e tu, nua à minha frente quando saio do camarote e chego à cozinha. Talvez haja melhores maneiras de começar um dia. Talvez haja outros homens com esta sorte. Espero que sim, por eles; espero que não, por hoje. E por amanhã, claro. E por sempre, se bem ninguém saiba hoje o que sempre quer dizer.
Nem ontem se sabe, quanto mais sempre. Hoje sei: tu, o pequeno-almoço, o M. M. que navega leve e solto como se não houvesse outro tempo senão sempre.
Sempre é isto: qualquer coisa que só os dois sabemos, de manhã no Mediterrâneo, tu a sair de quarto e eu a entrar, a Tramuntana à vista. Lembro-me como se tivesse imaginado e não como se tivesse visto. Em breve o cheiro da terra chegar-te-á à pele desnuda. Em breve nos amaremos no poço como se sempre não existisse. Em breve dir-me-ás:
- Amo-te. Queres mais café?
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.