O puto entrou na Martinica de uma maneira completamente ilegal: veio num barco de Cabo Verde, mas como tinha perdido o passaporte no Mindelo o skipper do barco que o trouxe não o declarou à imigração. Agora quer ir comigo para Portugal. Tem a namorada em Paris.
É etíope, adorável, sabe navegar e tem o dinheiro que eu peço para a travessia.
Quem inventou a merda dos vistos e outras limitações às viagens devia ser pendurado pelos tomates e deixado a apodrecer ao sol.
Liguei para o ex-SEF na Horta e nem pensar em levá-lo comigo nesta situação. "Precisa de um visto Schengen", diz-me o agente M., de resto bastante simpático.
Não sei o que me revolta mais: se a merda dos regulamentos se eu ter crescido e ganhado juízo.
Nesta última opção, não é bem revolta. É mais desprezo. Auto-desprezo.
Fiz o que pude para o ajudar. Não lhe tinha ocorrido ainda falar com a embaixada da Etiópia em França. Vai ligar na segunda-feira. Rezo para que consiga resolver a situação e ir ter com a namorada, mesmo sabendo que se for esse o caso irá de certeza de avião e não virá comigo. Pqp os vistos.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.