21.4.24

Faces, promessas, terrores

Não me lembro de muitas das caras que tive em almofadas. Isso aterroriza-me. Não exagero: é terror o que sinto. Talvez no plural, mesmo: terrores. Tantos quanto as caras que esqueci. Não me refiro a todas as caras. Só a algumas. As outras não importam, nunca foram à almofada para serem lembradas. Refiro-me àquelas que tinham e deram sentido à cama, à ou às noites. Lembro-me de tudo (enfim, este tudo discute-se) mas não me lembro das faces. Lembro-me dos olhares, dos corpos, de muitas das palavras. 

E do mais importante: a promessa que cada uma dessas faces hoje esquecidas representou.

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