Volto a Sant Elm como guia, mas desta vez de uma pessoa a quem quero muito. A cozinha do Can Verde só abre às duas. Ela foi para a praia e eu fiquei no café a beber cerveja e a "guardar a mesa". O objectivo era fazer o passeio habitual pela Tramuntana, mas a estrada está fechada por causa de um rally automóvel. Ainda hesitei uns segundos entre Peguera e San Telmo mas esta acabou por ganhar. Está a abarrotar, claro - à multidão habitual veio juntar-se a dos frustrados da Tramuntana.
(30-06-2024)
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Primeira visita à catedral. Resumo um: paga-se dez euros para ser esmagado por esta mistura de beleza e grandiosidade. Resumo dois: preciso de comprar um livro sobre a catedral e voltar cá depois de o ler.
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Jantar sublime no Fidel e no Tom, passe o pleonasmo. Acabou com um gelado no Claudio. Para a A., framboesa não sei de onde com pimenta idem e limão de Mallorca. Para mim, açafrão do Irão. Se alguém um dia me tivesse dito que um dia eu gostaria de gelados como gosto destes mandá-lo-ia para o Inferno dos mentirosos (e resolvi dar uma folga ao meu conservadorismo em matéria gastronómica: não pedi o de avelã, prova gelada não da existência de Deus mas da Sua bondade).
O jantar termina com a A. a ver atentamente o jogo de futebol e comigo a beber rum, divisão de tarefas que me parece justa. Só lamento que seja na Plaza Mayor. Merece melhor uso.
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Dia bom de trabalhos: um charter este sábado e um transporte confirmado da Holanda para o Algarve em Agosto. Não tarda estou a queixar-me de ter trabalho a mais. Bastar-me-iam umas semanitas mais de charter e uns transportes. Sei lá, das Seychelles para o Japão, por exemplo.
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O guarda-redes adversário defendeu um penalty do Ronaldo. Não sei que pensar. Estou de rastos. Felizmente já pedira mais um rum, não fossem estas emoções inundar-me de angústias.
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«Ganhámos», diz-me A. quando o jogo acabou. «Ganharam», respondo. «Eu não ganhei nada. Quem ganhou foram eles.» O homem é definitivamente um animal gregário. Tirem-lhe a missa, fica uma bola, as alterações climáticas ou outra crença qualquer. Esta até tem um demónio: dióxido de carbono. Pergunto-me quem será o demónio da bola? Deve ser a outra equipa. É um demónio flutuante. Variável. Oscilante.
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Começo a compreender toda a velha hesitação que tinha quanto a definições do amor. A ideia de que o amor é eterno e imutável sempre me pareceu dúbia. Hoje, final e felizmente, sei que não há amor, tal como não há liberdade, felicidade ou cerveja. Há amores, liberdades, felicidades e cervejas. E muitas outras coisas, claro: tudo na vida tem um plural. Nada existe no singular.
Excepto cada um de nós.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.