Estou em Palma e não estou em Palma. Estou em Cascais a ver netos, filha, ex-mulher (e presente amiga) e o resto da tribo: irmãos, amigos, sobrinhos e por aí fora. Vagabundeio sem direcção. Deixo a burra decidir - normalmente escolhe melhor do que eu. Desta vez viemos à Rambla, a uma esplanada perto de onde era a saudosa Ca na Chinchilla. Nunca comi aqui, mas a conversa com o empregado dá-me vontade de experimentar. A cena passa-se quando ele vê que o meu tinto de verano acabou e me vem perguntar se quero mais alguma coisa. Hesito, pergunto-lhe qual o vermute que tem.
- Rivera, de grifo. - Diz-me isto como se estivesse a propor-me o supra-sumo dos vermutes, coisa que o Rivera está longe de ser.
- Quanto é que custa?
- Não sei. Deixa-me ver. Creio que é cinco e cinquenta, mas não tenho a certeza.
- Cinco e cinquenta? Um Rivera? Nem penses nisso. - De repente a dúvida invade-me. - Quanto custa o tinto de verano?
Aqui chegados ele já encontrou os preços:
- Quatro e cinquenta o vermute e cinco o vinho.
Olho para ele e faço um comentário qualquer sobre o preço absurdo do tinto e rimo-nos os dois, descrentes deste absurdo. Uma bebida composta pelo pior vinho tinto da casa e gasosa cinco euros? Só a rir é que se acredita. Não há mais nada a fazer. Claro que peço o vermute. É feito na Galicia e tem um marketing agressivo. Está em todo o lado. Não é grande coisa.
Já a Rambla é. Adoro esta avenida, mais pequena e bonita do que a de Barcelona. O vento ainda não caiu, está fresco, o meu cansaço espairece e espalha-se por estas filas de plátanos fora enquanto vê a cidade passar por ele, por mim, por este domingo suave em Palma-a-calma.
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O dia começou mal: cheguei demasiado cedo ao aeroporto e o taxista que aqui me trouxe roubou-me dez euros.
(Era para ter continuado, mas não continuou. Paciência.)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.