30.7.24

Queres apanhar outra?

Esta mistura de pele lisa e fresca, acabada de sair do duche e uma dor de cabeça mediana faz-me pensar em ti. Nunca me disseste que te doía a cabeça, sorte a minha e sempre tiveste a pele assim, de se lhe pôr a mão em cima e não se ser capaz de a tirar, alquimia física. Um dia tinhas os cabelos todos espalhados pelo meu baixo-ventre enquanto um polícia te multava o carro, nem ele sabia o que fazias nem tu o que ele fazia nem eu, que acabava de acordar e só via essa vaga de cabelos negros espalhados por tudo quanto eu tinha de coxas e barriga e quando chegámos ao carro vimos a multa e rimo-nos. "Foi merecida", disseste-me. E eu perguntei-te: "Queres apanhar outra?"

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