6.9.24

A relação inexistente

A relação dos portugueses com a ironia é uma relação triste, desolada, inexistente por abandono de uma das partes.

Tal como com o humor, de resto. Não é por acaso que os nossos humoristas se contam pelos dedos de uma mão (os Gato Fedorento contam como uma unidade). E que Bruno Nogueira (por exemplo, um entre muitos) seja considerado humorista.

"Mais vale cair em graça do que ser engraçado" está ao nível de "um burro carregado de livros" para nos definir como povo.

A ironia e o sarcasmo são recebidos em Portugal como as noventa e cinco teses de Lutero o foram em Roma. Com uma diferença grande: pelo menos o Papa percebia o que o Martinho dizia.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.